Pelo menos 105 pessoas morreram vítimas das chuvas mais intensas dos últimos 90 anos em Petrópolis, antiga cidade imperial, onde era travada uma corrida contra o tempo para encontrar eventuais sobreviventes debaixo da lama e dos escombros.

Até a manhã desta quinta-feira, 105 mortes foram confirmadas, informou a Defesa Civil do estado do Rio de Janeiro em seu último relatório. Vinte e quatro pessoas foram resgatadas com vida. “O Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro segue ininterruptamente, desde a tarde de terça-feira, as operações de busca e resgate por vítimas das fortes chuvas que atingiram o município de Petrópolis, na região serrana”, diz a nota.

“Os militares acessam todos os pontos seguros para as equipes. E, para isso, usam equipamentos como balão de iluminação, gerador, unidade rebocável de iluminação, refletores, headlamp e lanternas comuns. O protocolo exige, ainda, a presença de militares com apitos para casos de novos desmoronamentos.”

Um número que cresce sem parar com o passar das horas, após o temporal registrado na tarde de terça-feira na cidade localizada 68 km ao norte do Rio. “Foi a pior chuva desde 1932”, declarou o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro. “É quase uma situação de guerra”, completou.

Várias estradas de Petrópolis foram transformadas em rios caudalosos com correntezas que varreram tudo em seu caminho e deixaram um rastro de casas reduzidas a escombros e veículos empilhados na água e na lama.

Alguns pontos de Petrópolis receberam até 260 milímetros de chuva em menos de seis horas, um volume superior à média histórica para todo o mês de fevereiro (240 mm), segundo a agência meteorológica Metsul.

O Ministério Público do Rio de Janeiro informou que 35 pessoas foram “registradas” como desaparecidas em seu serviço de localização, embora os bombeiros não tenham confirmado um número oficial de desaparecidos.

Vídeos que viralizaram nas redes sociais mostram imagens chocantes de algumas vias de Petrópolis transformadas em rios, arrastando tudo pelo caminho com uma força descomunal.

As equipes de resgate trabalham para socorrer os afetados, muitos dos quais procuram, em desespero, familiares e amigos em um devastador, constataram jornalistas da AFP. “Ninguém esperava, foi desesperador, muito triste. Tenho amigos que estão desaparecidos”, disse Elisabeth Pio Lourenço, de 32 anos, moradora do bairro de Alta da Serra, em ruínas.

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